ESCOLHA BEM
Um projetor para home theater deve ter critérios específicos para exibições domésticas, que exige luz controlada e ambiente preparado para recebê-lo. Sendo assim, o fator menos importante é a especificação de brilho, medida em ANSI Lumens. Não que ela deva ser descartada, mas um equipamento capaz de exibir imagens com alto brilho é mais adequado para apresentações multimídia, onde geralmente as salas são iluminadas.
Em ambientes de home theater as luzes da sala deverão estar sempre desligadas, de preferência utilizando cortinas black-out para o bloqueio de qualquer luminosidade externa. Assim, é possível extrair o máximo de rendimento do produto, obtendo melhor fidelidade na reprodução de cores e dos tons mais escuros.
Vale lembrar que a luminosidade diminui à medida que o projetor se afasta da tela de exibição. Se o contrário for feito, a imagem ficará com brilho mais intenso. Sendo assim, não deixe de observar no manual as distâncias mínimas e máximas com as quais esses equipamentos trabalham.
A correta reprodução do cinza e suas variações (até chegar ao preto total) é medida pela taxa de contraste. Quanto maior o contraste, melhor. Mas não se engane pelos números superlativos. Isso porque, assim como aconteceu com os TVs, os fabricantes passaram a adotar o contraste dinâmico em seus aparelhos.
Projetores com relação de contraste dinâmico podem ultrapassar taxas de 150.000:1. Já os modelos com contraste típico apresentam números em média de 3.000:1. Em geral, para garantir uma correta reprodução dos tons escuros, prefira projetores que tenham, pelo menos, contraste de 2.000:1, o que significa dizer que o branco é duas mil vezes mais claro que o preto, ou que há dois mil tons de cinza separando o branco total do preto total. Reproduzindo uma variação maior de tons de cinza, teremos numa melhor definição da imagem como um todo, principalmente das pouco iluminadas.
Observe também a resolução nativa do aparelho e a relação de aspecto dele. Neste caso, não tem como abrir mão de modelos que tragam a resolução padrão 1920x1080p e relação de aspecto 16:9 (widescreen). Quanto maior for a tela de projeção, mais evidente ficam os pixels e os problemas (artefatos e ruídos) das imagens. Para que essas imperfeições não fiquem visíveis, resolução full HD é indispensável. Já um modelo com formato de apresentação de tela 4:3 irá deformar a imagem quando reproduzir um filme widescreen.
3D DE CINEMA
O efeito de profundidade das cenas e até mesmo os objetos que saltam para fora ficam mais evidenciados quando utilizamos o conjunto projetor e tela de projeção.
Por esse motivo, é indiscutível que a melhor experiência em 3D é obtida com o uso de um projetor compatível com esses sinais. Outro benefício é que nos equipamentos desenvolvidos para uso doméstico não existe a disputa de tecnologia (ativo x passivo) como acontece com os TVs, já que todos os modelos utilizam óculos ativos. Há no mercado modelos profissionais que usam a tecnologia passiva, no entanto eles ficam restritos às salas de cinema (caso das redes Cinemark e UCI, por exemplo) e ao mundo corporativo.
Outro recurso presente nos modelos mais avançados é a conversão de imagens 2D para 3D, que permite simular imagens tridimensionais de diferentes fontes de sinal, como decoder de TV paga e Blu-ray player, por exemplo. No entanto, assim como ocorre com os TVs, uma imagem tridimensional simulada não apresenta o mesmo nível de qualidade de um filme originalmente gravado em 3D. Além disso, alguns problemas inerentes à tecnologia, como o crosstalk (sobreposição das imagens) ficam mais evidentes e podem desagradar os usuários mais exigentes.
Como forma de evitar o crosstalk, os projetores mais sofisticados começaram a incorporar taxas de atualização de 120Hz ou 240Hz. Com isso, a leitura das imagens em 3D é feita com mais velocidade e a sincronização com a abertura e fechamento das lentes dos óculos ocorre de forma mais precisa, garantindo que cada olho receberá a imagem correta e minimizando o risco de sobreposição das cenas.
Mais raro ainda são os equipamentos que trazem o chamado “efeito cinema”. Esse recurso acrescenta quadros extras as cenas originais dos filmes, melhorando a nitidez das cenas com muito movimento, suavizando o contorno das bordas dos objetos e reduzindo borrões nas tomadas rápidas de câmera.
Fique atento ao número de entradas HDMI. O ideal é ter, pelo menos, duas. Isso é importante pois nem sempre queremos ligar todo o sistema de home theater para reproduzir o conteúdo armazenado, por exemplo, em um computador. Nesse caso, dá para conectar o notebook diretamente ao projetor e economizar energia deixando o restante do sistema desligado.
OUTROS RECURSOS
Os modelos mais sofisticados voltados para cinema doméstico já trazem o ajuste automático de íris, recurso que promete melhorar a exibição dos tons escuros, melhorando a taxa de contraste do aparelho. O ajuste funciona de maneira simples: a íris fecha o máximo possível quando nas imagens escuras, acontecendo o inverso na reprodução das mais claras.
O processo é rápido e imperceptível para quem está assistindo ao filme, mas ao diminuir a abertura nas cenas escuras, a íris impede a passagem em excesso da luz do projetor, o que ressalta as tonalidades escuras e evidencia os diferentes tons de cinza. Nas cenas claras, a íris abre ao máximo deixando passar toda a luz da lâmpada, produzindo imagens com muito brilho e cores vivas.
A correção de keystone (efeito trapézio) minimiza as distorções que surgem na imagem quando o equipamento não está alinhado com o centro da tela. Nesses casos, a imagem assume a forma de um trapézio, já que a luz que passa pela lente chega a tela de projeção de diferentes distâncias. O keystone horizontal deve ser usado quando o aparelho está posicionado de forma lateral à tela. Já o vertical é mais indicado para os casos em que o projetor fica muito abaixo da área de exibição, situação pouco comum em cinemas domésticos. Embora essas correções diminuam o formato trapezoidal das cenas, quando utilizadas em excesso acabam por causar distorções.
Tentando diminuir isso, foi desenvolvido o ajuste de lentes, que permite movimentar esse acessório para cima, para baixo e em alguns casos para os lados, facilitando a correção de pequenos desalinhamentos. Trata-se de um ajuste fino e não serve para grandes distorções. A ideia é obter uma perfeita centralização da imagem na tela, sem que seja necessário deslocar o projetor.
MERCÚRIO OU LED?
As lâmpadas de mercúrio UHP (Ultra-high pressure) são um dos itens mais importantes de um projetor, também por isso costumam ser os mais caros na hora da manutenção. Assim como um televisor, um projetor também tem um tempo de vida estimado, que é determinado pelo número de horas que uma lâmpada dura. Em média, elas costumam apresentar 3 mil horas de vida útil, mas esses números podem variar para mais ou menos, dependendo do uso. Alguns cuidados básicos como evitar ligar e desligar constantemente o projetor aumentam a duração desse acessório.
Além disso, existe um tempo para esfriamento da lâmpada (por meio de uma ventoinha) que deve ser respeitado. Sendo assim, evite operações liga/desliga desnecessárias, já que o "start" causa maior desgaste nos eletrodos da lâmpada. Se a intenção for desligar o aparelho por um período inferior a 30 minutos, é melhor deixá-lo ligado. Alguns modelos, quando chegam à metade de sua vida útil, projetam apenas 50% de luz da sua capacidade máxima, resultando em imagens com menor intensidade de brilho.
Há fabricantes que substituem as lâmpadas por LEDs, que têm como principal benefício o aumento da vida útil, que pode chegar até a 30 mil horas. Outro benefício da retroiluminação por LED é o fato de oferecer cores mais estáveis durante toda a sua vida útil, já que o brilho se mantém praticamente a 100% nesse período.
Alguns fabricantes adotam três LEDs, cada um destinado a uma das cores primárias formadoras da imagem. Como esses diodos são capazes de ascender e apagar de forma ultrarrápida, dispensam o uso da roda de cores nos projetores DLP, evitando o surgimento do efeito arco-íris.
MULTIMÍDIA
Eles não foram pensados para salas dedicadas de home theater, mas podem ser um bom aliado para quem busca grandes projeções em ambientes mais descontraídos.
São os chamados projetores multimídia, que unem bom brilho e resolução XGA (1280x800p) à portabilidade. O XJ-M255 de tecnologia DLP da Casio, por exemplo, tem resolução nativa XGA e 3.000 ANSI Lumens de brilho, ideal para locais onde não há controle rígido de luminosidade. Tem taxa de contraste de 1.800:1, iluminação por LED e é compatível com 3D. Como foi pensado para se adaptar as mais diferentes situações, conta com uma lente de curto alcance capaz de projetar imagens de até 100” numa distância de apenas 2m90 da tela.
Há ainda a categoria dos microprojetos, pouco maior do que um case de CD, mas que tem capacidade de projetar imagens com resolução HD. Nesse caso, o brilho costuma ser baixo, mas para projeções noturnas e com as luzes apagadas, são uma boa alternativa para imagens de até 70 polegadas. O Dell M110 de tecnologia DLP também usa LED como fonte de luz e tem apenas 3,4 cm de altura por 10,4 de largura e comprimento, pesando 360g. A resolução é XGA, seu brilho é de 300 Lumens e o contraste dinâmico é de 100.00:1, mas não é compatível com 3D.
Especificação Técnica
CONHEÇA AS TECNOLOGIAS
LCD (Liquid Cristal Display) - separa a luz branca da lâmpada em vermelho, verde e azul, enviando essa luz através do painel LCD, que abre ou fecha determinados pixels, gerando as outras cores e projetando a imagem na tela. Atualmente, os modelos para home theater contam com o sistema 3LCD, onde a luz branca proveniente da lâmpada é separada nas três cores primárias e direcionadas a três painéis LCD, um de cada cor primária, garantindo maior precisão e detalhamento das cenas.
DLP (Digital Light Processing) - Os projetores DLP de 3 chips conseguiram acabar com um dos principais problemas dessa tecnologia, o temido efeito arco-íris. Isso acontecia pois a roda de cor posicionada entre a lâmpada e o chip DMD (com milhares de micro-espelhos móveis), por mais rápido que girasse, não conseguia formar a imagem em velocidade suficiente para impedir o problema. Com a chegada dos modelos 3 DLPs, questão foi minimizada, já que a roda de cor é descartada. Isso porque um prisma divide a luz em cada cor primária, direcionando-as para seu próprio chip DMD, antes de levá-las para a lente de projeção.
LCoS – Liquid Crystal on Silicon é uma tecnologia híbrida do LCD e DLP, isso porque usa características comum as duas. Utiliza o mesmo princípio do chip reflexivo DMD, só que no lugar dos micro-espelhos, o chip LCoS usa cristais líquidos. Há dois sistemas de geração de cor: o que usa apenas um chip LCoS combinado com uma roda giratória com as cores primárias (mesmo conceito do DLP), e o que usa três chips, um para cada cor primária.
SXRD - contam com três painéis reflexivos de cristal líquido sobre silício (LCoS) nas cores vermelho, verde e azul, cuidadosamente alinhados para evitar interferências. Cada painel gera mais de 2 milhões de pixels, com espaçamento mínimo entre eles, resultando um maior nível de detalhamento.
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